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Calagem é nome da prática agrícola realizada através da aplicação de calcário no solo. O calcário nada mais é que uma rocha calcária moída bem fina e é o corretivo de acidez mais usado no Brasil. O calcário é rico em cálcio (Ca) e magnésio (Mg) e sua classificação varia de acordo com a concentração de MgO (Óxido de magnésio) em: calcíticos (menos de 5% de MgO), magnesianos (5 a 12%) e dolomíticos (acima de 12%). Existem também os calcários calcinados agrícolas.

O calcário é um grande fornecedor de cálcio ao solo e sua aplicação se mostra importante nas regiões tropicais por conta desse nutriente ser o mais levado pelas chuvas, no processo chamado de lixiviação.

 

Segundo a Professora Ana Primavesi, o cálcio tem quatro funções no solo:

  1. corrigir o pH;

  2. neutralizar o alumínio e o manganês tóxico;

  3. flocular o solo, contribuindo à melhor agregação;

  4. ser nutriente vegetal.

Ou seja, ao aplicar calcário estamos corrigindo a acidez (pH), diminuindo a saturação por alumínio, melhorando a saturação por bases e ajudando na estrutura do solo, além de fornecer os nutrientes cálcio e magnésio, que beneficiam em grande medida as plantas cultivadas.

Dessa forma, a dosagem de aplicação deve ser calculada com base na análise do solo e estar também em conformidade com o tipo e as características do solo. Em solos argilosos, a quantidade de calcário aplicado deve ser maior e em solos arenosos, menor. Além disso, é sabido que é melhor realizar calagens frequentes e em doses pequenas do que aplicar uma grande quantidade de calcário duma só vez e ficar anos sem aplicar.

 

Devemos ressaltar que o calcário deve ser sempre incorporado ao solo na camada arável de 0 a 20 cm para que reaja com a umidade do solo e assim tenha o efeito esperado. Essa incorporação deve ser feita com o máximo de antecedência possível ao plantio ou no mínimo, a 30 dias antes do plantio, aproveitando o início da época chuvosa. Entretanto, é melhor fazer a calagem mais próximo ao plantio do que não fazê-la.

Quando o cultivo for de plantas perenes (frutíferas, pasto, madeiras) ou semi-perenes (cana-de-açúcar, guandú) que possuem raízes mais profundas, é preciso fazer análise de solo da camada de 20 a 40 cm para ver os níveis de cálcio e se há saturação por alumínio. Caso o resultado da análise aponte isso, é importante e necessário realizar a aplicação de gesso também para que o subsolo seja melhorado quanto à acidez, ao alumínio e aos teores de cálcio. Assim, as raízes dessas plantas poderão explorar uma camada mais profunda gerando resultados positivos na produção em geral.

Fonte: Primavesi, A. Manejo ecológico do solo: a agricultura em regiões tropicais. São Paulo: Nobel, 2002.

CALAGEM

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