O que é?
É o processo de enriquecimento de solos pobres em nutrientes, através da adição de pós de rocha ricos nesse nutriente e com baixa solubilidade (disponibilidade para as plantas), principalmente para elevar Fósforo, potássio e micronutrientes em solos muito lavados, degradados, ou pobres por natureza.
A rochagem tem um efeito de médio a longo prazo, pois os pós de rocha demoram a ficar disponíveis para a planta mais tempo do que adubos de rápida solubilização (como adubos granulados, fosfato super simples, etc.). Então, o agricultor tem que planejar um tempo maior antes do plantio para que a rochagem traga seus benefícios. por outro lado, seu efeito é duradouro, com os nutrientes ficando disponíveis por mais tempo do que os adubos convencionais.
É o processo de elevação do teor de fósforo a níveis mínimos para que haja boa produção. Dentro das áreas ácidas e inférteis da América Tropical, 96% tem deficiência de fósforo.
Como é feito?
Através da incorporação profunda de fontes de fósforo, como fosfato de rocha ou termofosfatos.
Por que fazer?
Fornecer o nutriente fósforo em quantidade suficiente para que haja uma boa produção.
Quais as fontes?
Rochas Basalticas Na agricultura orgânica podemos usar fosfato de rocha e termofosfatos, de fontes naturais e sem contaminação.
Como calcular as quantidades?
Exemplo: O solo é arenoso e apresenta um teor de fósforo (P) de 2 mg/dm³. Olhando na tabela aqui em baixo, se percebe que queremos elevar este nível para 21 mg/dm³ que é o valor mínimo para puder trabalhar (olhar a tabela abaixo pela determinação dos valores). Em solos pobres é sempre melhor corrigir por etapas, elevando a concentração dos vários elementos de baixo para médio e depois de médio para alto, para que o processo de correção não fique caro demais.
Queremos melhorar o solo através de uma aplicação corretiva em área total e utilizando um fosfato natural, que apresenta uma garantia mínima de 30% de P2O5 total. O P2O5 é uma unidade de referencia para dosagem de fósforo. Este valor de garantia mínima (por exemplo de 30% neste caso) é geralmente especificado pela marca produtora de fósforo. Qual a dose deste produto a ser aplicada por hectare?
Sabemos que as plantas aproveitam, em média, 15 a 25% do fósforo aplicado no solo. O restante é fixado dependendo de cada tipo de solo, cultura e manejo. V amos usar uma média de 20% de fósforo assimilável pela planta.
1° Passo:
Sabemos que existe a seguinte relação química fixa: kg/ha = mg/dm³ x 2.
Então:
19 mg/dm³ de P é o nosso déficit.
Para entender o volume de P/há que é preciso colocar no solo, é so multiplicar por 2 essa relação.
19 mg/dm³ x 2 = 38 kg de P/ha.
2° Passo:
Usar o fator 2,29 para P para P2O5 (como é usado) assim, P x 2,29 = P2O5. Essa relação também é fixa para calcular a quantidade de P2O5 a partir do quantidade de P que é preciso aplicar no solo.
Logo, 38 x 2,29 = 87,02 kg/ha de P2O5
As necessidades para elevar de 2 para 21 mg/dm³ de P são de 87,02 kg/ha de P2O5.
Como 20% do P2O5 é aproveitado, a necessidade real será:
87,02 kg P2O5 20%
X 100%
Logo,
X = 100 x 87,02/20 = 435,1 kg/ha de P2O5
Para que a planta assimile os 87,02 kg/ha de P2O5 é necessário colocar no solo 435,1 kg/ha de P2O5.
Mas sabemos que o valor de garantia mínima especificado pela marca produtora de fósforo, no nosso caso é de 30% de P2O5. Isso significa que a cada 100 kg de fostato natural tenho somente 30 kg de P2O5.
Para calcular a quantidade de P2O5 que preciso é só fazer uma proporção novamente:
435,1 kg P2O5 30%
X 100%
Logo,
X = 435,1 x 100/30 = 1450,3 kg/ha de fosfato natural
Como fazer?
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Planejar o início dos trabalhos logo antes da ocorrência de chuvas;
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Esperar uma boa chuva;
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Espalhar metade da dose de fosfato de rocha e de composto orgânico uniformemente pela área a ser corrigida, evitando as horas de maior velocidade do vento;
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No dia seguinte, incorporar o fosfato de rocha através da aração do solo;
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Assim que terminada a aração, esperar o solo atingir o melhor ponto de friabilidade (pegar uma porção de terra na mão, se apertar e ela se unir e com facilidade destorroar novamente, esse é o ponto) e espalhar a outra metade da dose de fosfato de rocha e de composto orgânico uniformemente pela área a ser corrigida, evitando as horas de maior velocidade do vento;
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Entrar com a grade e passar duas vezes na área, em sentidos cruzados;
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MUITO IMPORTANTE: Esse processo deve ser feito 1 mês antes da incorporação do calcário;
Caso se implante cultivos muito espaçados, como mangueiras (espaçamento 8 m x 8 m) aconselha-se fazer a correção de fósforo somente na faixa da linha de plantas, pois é onde haverá raízes. Nesse caso corrige-se 5 metros (dentro dessa faixa se plantará) e deixa-se 5 metros sem corrigir. Isso economiza na implantação do sistema e não gera impacto negativo na cultura. Os solos intemperizados com óxidos de ferro e alumínio (solos do Brasil) fixam (seguram em uma intensidade que as plantas não conseguem retirá-lo) muito fósforo.
Como monitorar a eficiência do processo de fosfatagem?
A concentração de fósforo se monitora através da analise química do solo. Fazer amostragem de solo separando a profundidade de 0 20 centímetros e de 20 - 40 centímetros, Mandar para análise e verificar se houve uma melhoria homogênea em todo o perfil no índice de concentraçãos de fósforo.