A Agroecologia pode ser entendida como um conjunto de práticas, técnicas e ferramentas a serviço da melhoria da qualidade de vida dos agricultores, do meio rural e do planeta em geral.
Já a agricultura convencional, caracterizada por impactos negativos de diversos graus e formas, é o modelo que se expandiu rapidamente pelas áreas rurais a um custo muito elevado e sem trazer benefícios à totalidade dos agricultores, populações tradicionais, consumidores e à sociedade.
Por isso se faz necessário modificar aos poucos os sistemas produtivos, saindo gradualmente das formas convencionais de se fazer agricultura (insustentáveis) para as formas ecológicas de produzir e se reproduzir (sustentáveis).
Mas isso não é tão simples nem rápido como parece. Após muitos anos utilizando agrotóxicos, adubos químicos e exagerando no preparo e movimentação do solo com máquinas pesadas, o solo encontra-se tão fraco e desequilibrado que além do tempo para a sua desintoxicação, é necessário algumas intervenções práticas neste sentido.
Estas intervenções com o objetivo de converter a agricultura convencional para a agricultura sustentável fazem parte de um processo chamado de transição agroecológica e começam a partir de um uso mais criterioso e eficiente de venenos, adubos e maquinário na área.
A redução no uso destes insumos escassos, caros e perigosos ao ambiente, se faz adotando algumas medidas simples como a correção da acidez do solo; melhor espaçamento, densidade e consórcio de cultivos; escolha de sementes e variedades mais apropriadas; monitoramento de pragas e doenças para aplicação mais eficaz de agrotóxicos; e melhor integração entre as diferentes atividades dentro do sítio. Este conjunto de medidas servirá para reduzir os impactos negativos da agricultura convencional.
O segundo passo será substituir os insumos e práticas convencionais por práticas sustentáveis como a substituição de adubos químicos por adubação verde e rochagem; uso de caldas e biofertilizantes; controle biológico de doenças e pragas ao invés de controle com agrotóxicos; cultivo mínimo do solo; melhor uso da irrigação; plantio de quebra ventos, entre outros.
O terceiro e último nível da transição para uma agricultura ecológica e sustentável se dá com a reorganização dos sistemas de produção na propriedade, com manejo e desenho mais adequados e baseados na diversificação dos cultivos e criações, mas também numa maior integração dessas atividades e com foco em policultivos e agroflorestas.
Assim, conforme este processo de transição avançar na propriedade, as famílias agricultoras colherão mais independência, estabilidade e poder frente aos mercados, obtendo maior renda pelo seu trabalho, mais saúde e qualidade de vida por fazer da agricultura uma arte mais prazerosa em suas vidas.